Destaque

Madeira: Esculturas terrenas e divinas para descobrir no Funchal

O jardim da Quinta Magnólia, no Funchal, na ilha da Madeira, acolhe, a partir do dia 29 de novembro, uma mostra composta por esculturas de grande escala que permitem ao visitante uma descoberta do espaço físico e metafísico. A exposição intitulada “Entre o mar e o céu. A Ilha.” proporciona uma viagem a um pequeno paraíso dentro da porção de terra considerada a pérola do Atlântico.

A visão terrena e a visão celestial da ilha da Madeira. É o olhar de seis artistas portugueses e estrangeiros, na exposição “Entre o mar e o céu. A Ilha.” que vai ser inaugurada no dia 29 de novembro, no jardim da Quinta Magnólia, no Funchal. Com entrada gratuita, fica patente até 2029. Pode ser vista de segunda-feira a sábado, entre as 9 e as 22 horas, e aos domingos, entre as 9 e as 20 horas.

Alexandre Farto AKA VHILS está presente com um monobloco em betão, um protótipo que permitiu ao artista desenvolver a série Diorama. Uma calota ocular torna-se num óclo celestial e terreno do espaço que é a ilha.

O escultor Paulo Neves, natural de Cucujães, em Oliveira de Azeméis, apresenta, nesta exposição, um conjunto de “Guardiões”, feitos em mármore de Estremoz, de várias cores, e uma “Escada para o Céu”, em bronze, convidando o visitante à reflexão.

Alberto Carneiro expõe uma “Árvore”, em bronze, que repousa no relvado, num eterno sono sereno. Ricardo Crista mostra uma “Formiga” em aço corten. Fernanda Fragateiro propõe a descoberta de uma “Caixa (desmontagem)”, em aço inox. E o francês Philippe Desloubières presenteia o visitante com flores que sobressaem pela sua forma e coloração arrojada.

Artista do continente com vasta obra no arquipélago

O escultor Paulo Neves explica que as obras que preparou para esta exposição simbolizam “os seres da espiritualidade e da dimensão etérea da humanidade”. Justifica a sua presença nesta mostra com a ligação que mantém com a ilha da Madeira “uma ligação bastante longa, com mais de vinte anos” e pelo facto de ter na ilha da Madeira “vários amigos e trabalhos diversos”. E dá como exemplos não apenas os trabalhos que apresenta nesta exposição, mas também várias peças que fez, recentemente, “aproveitando uma grande sequoia que caiu com o vento” a que chamou “Salvação”, já que a “árvore morreu, mas ganhou outra forma de vida com as peças que dela resultaram”.

O artista explica que “os fenómenos naturais, as tragédias como os incêndios, as cheias, as famílias que sofrem com estes acontecimentos” sempre o inspiraram para criar obras de arte. Enumera também “o Mercado dos Lavradores, que tem um trabalho na parede” da sua autoria, “com pombas brancas, em homenagem às pessoas que morreram nas cheias”. E exemplifica, ainda, com a peça escultórica “Aflição”, presente na rotunda da Fundoa, em São Roque, “feita em 2017, com cedros que arderam no Parque Ecológico do Funchal, naquele que foi um dos piores momentos que a cidade do Funchal viveu, nos fogos de 2016, uma peça que homenageia as vítimas desses incêndios”.

O escultor chama, ainda, a atenção para uma outra peça que tem presente em Câmara de Lobos “sobre as famílias e o espírito da família”. Por ser uma zona com famílias numerosas, optou por fazer uma “escultura grande, com cerca de seis metros de altura, em mármore, com mãos em baixo relevo de pessoas que passavam na rua”. Explica o artista que pediu às pessoas que passavam na rua “para marcarem as mãos e os pés nessa peça, como forma de assinalar o espírito de família”.

A exposição “Entre o mar e o céu. A Ilha.”, organizada pela Associação de Colecções | Coleção Berardo, em parceria com a Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura/Direção Regional da Cultura e a PATRIRAM, é uma extensão da coleção de arte Moderna e Contemporânea do Museu Monte Palace Madeira e é representativa da diversidade da coleção do Monte Palace Madeira – Jardim Tropical, que contempla pintura, escultura, fotografia, desenho, instalação e vídeo.

Já a coleção em exposição no Museu Monte Palace Madeira, encontra-se em expansão e incorpora obras de artistas consagrados da cena internacional, como Willem De Kooning, Joaquín Torres-García, Eugéne Leroy e Robert Ryman, a par de artistas nacionais, como Helena Almeida, Álvaro Lapa, Joana Vasconcelos e Lourdes Castro, nascida na ilha da Madeira.

Foto: DR

Tags
Show More

Related Articles

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Close